sábado, 19 de agosto de 2017

Gilmar Mendes produziu um versão debochada do poema de Drummond

Leia o poema Quadrilha, de Carlos Drummond de Andrade:

João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história.


Agora confira a versão debochada do poema famoso, produzida por uma toga que se acha onisciente, onipresente e onipotente:

Gilmar Mendes decidiu livrar da cadeia merecidíssima o delinquente Jacob Barata Filho, que é pai de Beatriz Barata Feitosa, que é mulher de Francisco Feitosa Filho, que é sobrinho de Guiomar Feitosa Mendes, que chama Gilmar de Gil e por ele é chamada de Gui porque forma com o ministro do Supremo Tribunal Federal um casal casado e também formou uma dupla que brilhou como padrinho e madrinha na festa de casamento de Francisco e Beatriz, que ficariam muito felizes se o pai e sogro escapasse da gaiola.

Indiferente aos laços que recomendam a um julgador declarar-se sob suspeição, Gilmar faz o diabo para manter em liberdade o meliante preso pelo juiz Marcelo Bretas, que cuida dos processos da Lava Jato no Rio. O ministro mandou soltar, o juiz mandou prender de novo, o ministro mandou soltar outra vez. Se um dia for processado e a pendência chegar ao Supremo, Gilmar decerto vai considerar-se suficientemente isento para avocar o caso, julgar a si mesmo e, naturalmente, absolver-se.

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