quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Ponha na conta de um Supremo mínimo

Diz Aécio Neves (PSDB-MG), que recuperou o mandato graças à falta de vergonha dos seus pares e à submissão do Supremo Tribunal Federal (STF), que nunca, jamais em tempo algum pediu ou recebeu propina do empresário Joesley Batista.

Tudo não passou de um empréstimo combinado entre dois velhos amigos. Ele precisava de R$ 2 milhões para pagar advogados que o defendem em meia dúzia ou mais de processos. Batista emprestou-lhe o dinheiro. Simples assim.

Por que ele não acertou com Batista como o ressarciria, isso Aécio jamais explicou. Tampouco porque o dinheiro foi entregue em espécie e dentro de uma mala. Aécio retribuiu o favor prometendo indicar um afilhado de Batista para um cargo na Vale do Rio Doce. Ora, ora, ora...

Em terra de gente séria, uma história desse tipo jamais seria engolida. Um senador toma grana de um poderoso empresário acostumado a financiá-lo, e a outros políticos. Para em seguida prometer indicar uma pessoa ligada ao empresário para um cargo importante.

A Primeira Turma do STF não engoliu a história. Como algo com cara, jeito e postura de bandidagem não seria bandidagem? O plenário do STF preferiu não enfrentar a questão. Mas ao abdicar de sua autoridade para punir parlamentar, deu passagem ao Senado

Não existe espaço vago na política. O Senado ocupou o espaço que originalmente não era seu. A bancada de senadores às voltas com a Lava Jato montou em Aécio para, ao preservá-lo, preservar-se. Deu certo. E como deu certo para essa gente, deu errado para nós.

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